A estrutura narrativa do jogo pode ser comparada a "Revelations", alternando entre capítulos de Leon e Grace
Leon S. Kennedy foi oficialmente revelado em Resident Evil Requiem na noite de ontem (11), durante um novo trailer no The Game Awards 2025. E como era de se esperar, a comunidade de fãs foi a loucura com o anúncio do personagem querido.
Na manhã desta sexta-feira (12), a Famitsu conversou com os desenvolvedores de Resident Evil Requiem. O diretor Koshi Nakanishi revelou diversos detalhes inéditos como: a história alterna entre capítulos de Leon e Grace, não sendo duas campanhas como em RE2; Leon será muito pressionado em Requiem e o game vai o levar ao seu "limite"; o desejo de trazer um 'alívio' em uma história aterrorizante como a de Grace; e possivelmente destruição de veículos... Porsche, você devia saber do histórico do Leon.
A seguir, você consegue conferir a tradução da entrevista completa:
Famitsu: O novo trailer revelou Leon. Há outros personagens que vocês podem confirmar agora?
Nakanishi: Primeiro, algo importante: os únicos personagens jogáveis são Leon e Grace. Sobre outros personagens que aparecem na história, preferimos que os jogadores descubram por conta própria.
Sobre armas, combate e o novo Leon de 2026
Famitsu: Vemos Leon usando uma motosserra para cortar inimigos. Outras armas marcantes estão presentes?
Nakanishi: Grace segue um estilo próximo ao de RE2. Já Leon é baseado em RE4, com artes marciais e ataques corpo a corpo. Essa é a primeira vez que trazemos Leon como protagonista em um novo título desde Resident Evil 6, então uma questão central para nós foi: “Como está Leon em 2026, após tantas batalhas?”
Leon continua lutando movido pelo sentimento de “salvar alguém”, mas nem sempre as coisas funcionam. O bioterrorismo nunca acaba. Queríamos explorar como esse Leon, que acumulou tantas experiências, se sente hoje. E também mostrar como suas habilidades evoluíram desde quando era um iniciante em RE:2, passando por RE:4 e RE6. Por isso, adicionamos novos elementos baseados no estilo de RE:4 para representar esse crescimento técnico.
Famitsu: Vocês disseram que “Grace representa o terror, Leon representa a ação”. Eles chegam a agir juntos como em RE4 com Ashley?
Nakanishi: A história é única, mas alterna naturalmente entre os capítulos de Leon e Grace. Existem momentos em que eles se encontram e interagem. Grace é, literalmente, a personagem mais medrosa de toda a série, enquanto Leon é o mais poderoso. Ver como dois extremos se conectam é um dos grandes atrativos do jogo.
Sobre “Elpis”, um termo recorrente no trailer
Nakanishi: “Elpis”, no mito de Pandora, é o que permanece no fundo da caixa. Mas algumas interpretações dizem que é um símbolo de algo ruim, um grande infortúnio. No jogo, Elpis é um elemento muito importante da história. Ele se conecta à pergunta: “Por que a mãe da Grace foi assassinada?” Além disso, há um certo segredo envolvendo o Leon nesta obra. Elpis tem um papel fundamental ligado a isso.
Esperamos que os jogadores descubram esse segredo ao longo da jornada.
Grace e Leon como protagonistas duplos
Famitsu: Ao ver Leon no trailer, senti um enorme alívio. Não há risco de Leon “ofuscar” Grace?
Nakanishi: Sim. São dois protagonistas, e o tempo de jogo de cada um é praticamente meio a meio.
A história se desenvolve pela interação entre ambos. Quem gostar da Grace poderá aproveitar totalmente a história dela. E obviamente, há muitos fãs do Leon, eles também poderão aproveitar muito o caminho dele.
Uma vez eu disse online que “Leon não serve muito para o horror”, e viralizou um pouco (risos). No TGS, mostramos cenas em que Grace entra em pânico diante monstros. Esse estilo combina muito mais com ela.
O contraste das experiências de cada personagem é proposital, e foi um grande desafio para nós: é como ter dois jogos completamente diferentes dentro de um só. Ficamos receosos no começo, mas esse contraste, essa montanha-russa emocional, acabou funcionando muito bem. É como entrar numa sauna e depois numa piscina gelada, uma sensação de “renovação” (risos).
De certa forma, é uma experiência que a franquia Resident Evil nunca teve. Diria que lembra um pouco a estrutura do primeiro Resident Evil Revelations, mas feita da melhor forma para esses dois protagonistas tão opostos.
Famitsu: Para quem nunca jogou a série, qual é o apelo de Leon?
Nakanishi: Ele é simplesmente… um cara bonito. Não só no visual, mas no jeito. Ele não hesita em se arriscar para salvar outras pessoas. É um contraste interessante quando alguém com aquele rosto diz coisas tão sérias.
Kumazawa: Não é necessário conhecer toda a história passada do Leon, isso está no site oficial. O essencial é saber que ele esteve envolvido no Incidente de Raccoon City. A partir daí, dá para aproveitar sua participação no novo caso deste jogo.
Nakanishi: E reforço: ele é muito bonito (risos). Não só no visual: ele se sacrifica pelos outros, mas sem arrogância. Usa humor, tem uma postura tranquila, mas dentro dele há algo muito intenso. É habilidoso, forte… não tem ponto fraco. Se ele existisse na vida real, eu não conseguiria ser amigo dele (risos).
Kumazawa: Brincamos dizendo que ele é tipo uma “segunda opinião médica”: até estrangeiros são fascinados por ele.
Nakanishi: Sarcasmo, elegância, humor seco… tudo isso ficou ainda mais afiado com a idade.
Kumazawa: Em resumo: ele é muito estiloso (risos).
Gameplay: terceira pessoa e primeira pessoa coexistem
Famitsu: Como funciona a mistura de câmera em terceira e primeira pessoa?
Nakanishi: Foi um desafio, mas desenvolvemos para que ambas funcionem bem. No Showcase da Capcom em janeiro de 2026, mostraremos gameplay completo do Leon.
Sobre o visual de Leon:
Nakanishi: Queríamos expressar tudo o que ele carregou até hoje, mas mantendo-o como um “tiozão bonito”. Vimos muitos comentários assim nas transmissões e ficamos aliviados. Hoje todos nós vamos beber felizes (risos).
Kumazawa: Dentro da equipe, há muitas mulheres fãs do Leon… recebemos várias críticas, digo, opiniões (risos).
Nakanishi: Os designers realmente se dedicaram. Raccoon City é um ponto fundamental para ele. Este jogo marca sua volta lá desde RE:2. O que ele sente ao retornar e como age nesse lugar é algo muito importante de se observar.
Sobre o Porsche especial de Leon
Kumazawa: Assim que o PV saiu, outro funcionário me mandou mensagem: “Aquele carro parece um Porsche… isso não vai dar problema de direitos autorais?!” (risos)
Estávamos buscando uma marca que combinasse com o carro do Leon, e o Porsche Cayenne Turbo GT foi aprovado para colaboração.
Nakanishi: Ele não está no modelo padrão, certo?
Kumazawa: Sim, não é uma reprodução exata do carro real. É uma versão especial adaptada ao universo do jogo.
Famitsu: Em Resident Evil, veículos tendem a explodir… o Porsche está seguro?
Nakanishi: Podem esperar para ver (risos).
Kumazawa: Ei, não fala isso! Assim nunca mais vão colaborar com a gente (risos).
O impacto dos dois protagonistas
Famitsu: Já foi mencionado antes que “não haveria um horror puro com o Leon” e que vocês queriam que ele fosse protagonista. Então a Grace veio depois?
Nakanishi: Antes do conceito ser finalizado, sim. Mas no início oficial do projeto já tínhamos decidido: seriam dois protagonistas.
Se fizéssemos tudo com a Grace, o jogo seria assustador demais. Então usamos os segmentos do Leon como momentos de “alívio”. Quando o jogador vê que é a vez do Leon, sente aquele “Ufa! Agora dá pra respirar”.
Esse equilíbrio é proposital na construção do horror: medo, alívio, medo, alívio. Queríamos criar uma experiência que fosse ao mesmo tempo assustadora e gratificante.
Kumazawa: Depois de um trecho tenso, um trecho empolgante parece ainda mais satisfatório. E o contrário também vale: quando volta para o terror, ele se torna ainda mais assustador. Há um efeito multiplicador.
As novas ações de Leon
Nakanishi: Preparamos muitas novas ações para o Leon. Queremos que seu gameplay seja mais “libertador”, mais intenso. Vamos mostrar mais no Showcase.
Famitsu: O machado tático visto no trailer é utilizável?
Nakanishi: É um machado militar, usado por forças especiais. Não é um “machado de arremesso”, mas sim um tomahawk tático.
Kumazawa: Ele também faz parte das ações corpo a corpo.
Nakanishi: E uma última coisa: embora Leon esteja em seu auge de poder, este será o jogo em que ele será mais acuado em toda sua história. Veremos Leon sendo empurrado ao limite. Isso é uma parte muito importante de Requiem.
Nos vemos no Showcase, em janeiro de 2026!
Kumazawa: Ficamos muito felizes com a reação ao verem o Leon. Foi a escolha certa trazê-lo. E teremos mais novidades no Showcase!
Resident Evil Requiem chega dia 27 de fevereiro de 2026 para PlayStation 5, Xbox Series X|S, Nintendo Switch 2 e PC, via Steam e Epic Games.
Confira links, imagens e materiais extras de Resident Evil Requiem em nossa página do jogo.






